A Administração Municipal de Chapecó já retirou 84 pessoas da rua e 24 delas já tem emprego. Logo no início de janeiro foi realizada uma ação conjunta entre a Secretaria de Assistência Social e Guarda Municipal, para retirada de 98 pessoas que estavam em situação de rua. Elas foram encaminhadas para a Casa de Passagem do bairro São Cristóvão, onde receberam banho, comida, cama e encaminhamento para seus familiares, emprego ou tratamento. Destas apenas 14 retornaram para a rua até o momento.
A secretária de Assistência Social, Elisiane Sanches, disse que muitas pessoas reestabeleceram vínculos com suas famílias. “Tinha uma pessoa que estava há nove anos na rua e agora a mãe, que mora num município da região, acolheu ele. Estamos buscando reestabelecer estes vínculos, trabalhar a autoestima deles, promover terapia ocupacional com artesanato, pintura e horta, para que possam voltar a ter autonomia”, destacou Elisiani.
Dos encaminhados para o mercado de trabalho, alguns foram cuidar de chácara, outros para agroindústrias, construtoras, entre outros. O cubano Sergio Yasmani Dias Gunn, 33 anos, que estava na Casa de Passagem do São Cristóvão, conseguiu trabalho numa construtora. Além disso já alugou um local para morar com a esposa, Yodarka, que está grávida.
José Ramón Sanzonetti Garcia, que é venezuelano, e está em Chapecó há menos de um mês, também conseguiu emprego de auxiliar de uma empresa do ramo do setor elétrico.
Seu compatriota Peterson Lopez, que trabalhou na petroleira da Venezuela, está há dois anos no Brasil e há três meses em Chapecó, conseguiu emprego de soldador.
“Quero ajudar minha família que está com muita dificuldade na Venezuela. Lá um frango custa R$ 120,00. Tenho uma filha de três anos, mulher e pais lá. Estou com muita saudade”, disse. Ele mora ainda na casa se passagem, até que tenha condições de alugar um espaço.
Quem também está na Casa de Passagem é o casal de torcedores do Palmeiras, Jair Osmar Vieira e Solange Antunes de Lima. Ele estava há oito meses na rua e ela, há sete. Aí se conheceram e começaram a namorar. Agora ele já conseguiu emprego, de pintor. Ela ainda aguarda uma oportunidade.
O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, disse que não quer ninguém na rua em Chapecó. “É proibido dormir na rua. Não acredito que alguém prefira dormir no chão frio do que numa cama. Por isso eu peço, não dê esmola. Encaminhe para o Resgate Social que nós vamos dar comida, remédio, trabalho e dignidade. Nós vamos ajudar quem quiser ser ajudado”, disse Rodrigues.
Outra medida paralela anunciada pela administração foi o decreto que proíbe que as pessoas façam apresentações ou peçam esmola nos semáforos.