O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda maior causa de mortalidade do mundo, e a principal causa de incapacidade entre as pessoas. A maioria da população não sabe reconhecer os sintomas, não sabe como agir frente a uma situação de AVC e desconhece o número do telefone de emergência para atendimento aos casos. De acordo com estatísticas apresentadas pela médica neurologista e cooperada da Unimed Chapecó, Dra. Deborah Dayane Cordeiro Martins, no Brasil, há cerca de 100 mil mortes por ano em decorrência do AVC e uma em cada quatro pessoas pode sofrer um AVC.
De acordo com a médica, para mudar esse cenário são necessárias algumas atitudes por parte da população e dos órgãos de saúde. “Temos que ter consciência da gravidade da situação, informar ao máximo a população sobre os sinais, sintomas e como prevenir. Além disso, é preciso desburocratizar os serviços públicos e privados para implantar um setor minimamente viável para o tratamento”, pondera.
Dra. Debora explica que o AVC ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo em determinado território cerebral. De modo geral, os principais sinais e sintomas são: fraqueza no braço ou na perna (ou ambos), desvio da boca para um lado, dificuldade na fala. Atualmente, uma campanha de conscientização divulga a sigla ‘SAMU’ para ajudar as pessoas a lembrarem dos principais sintomas e para qual telefone ligar em casos de urgências com situações de AVC. O SOS Unimed também pode ser acionado nesses casos para quem possui o plano de saúde e tem o serviço contratado.
Desde 1995, é consagrado no mundo o tratamento endovenoso para o AVC dentro de até 4,5 horas do início dos sintomas. “Informar a população que tempo é cérebro é fundamental pois muitos AVCs não são tratados, pois os pacientes não chegam a tempo ao hospital, alguns esperam o carro do vizinho, outros acham que devem esperar os sintomas passar, etc”, afirma a médica.
Os principais fatores de risco dessa doença estão intimamente ligados ao estilo de vida: sedentarismo, obesidade, dislipidemia (alteração do colesterol), pressão alta, tabagismo e álcool. Mas, de acordo com a médica, existem fatores de risco não modificáveis como: idade (o risco aumenta com a idade), história familiar ou pessoal de AVC ou isquemia cardíaca e alterações próprias do coração, como arritmias.
NEUROIMAGEM
Implantado em 2012, o Hospital Unimed Chapecó conta com um protocolo específico para tratamento dos casos de AVC, que tem como objetivo a identificação precoce do paciente com AVC, o tratamento adequado e a reabilitação deste paciente.
Conforme o médico radiologista e cooperado da Unimed Chapecó, Dr. Mateus Broetto, no atendimento do paciente com Protocolo de AVC é obrigatória a realização do exame de Neuroimagem, cujos objetivos são descartar a presença de lesões cerebrais de causa não vascular que se colocam como diagnósticos diferenciais (tumores, abscessos etc.) e, na presença de lesões cerebrais de causa vascular, permitir a diferenciação entre quadros isquêmicos e hemorrágicos.
De acordo com Dr. Mateus, o protocolo institucional de Neuroimagem utilizado no AVC é a Tomografia de Crânio sem Contraste, a Angiotomografia de Crânio com ou sem Perfusão Cerebral e a Angiotomografia Cervical. “No protocolo institucional de Neuroimagem do Protocolo de AVC, o exame de Angiotomografia do Crânio e Cervical tem o objetivo principal de verificar a possível existência de oclusão de uma grande artéria, sendo ferramenta necessária como parte da avaliação da elegibilidade ao tratamento de recanalização por Trombectomia Mecânica”, salienta.
O resultado do exame protocolar de Neuroimagem deve ser informado pelo radiologista imediatamente após o final do exame, que deve ser de forma verbal através do preenchimento do pré-laudo, conforme afirma o médico. “Em um segundo momento, podemos realizar também a Ressonância Magnética com Estudo de Parede de Vaso, uma técnica sofisticada que só pode ser realizada em aparelhos de altíssimo campo, do tipo 3 Tesla, utilizada para avaliação da causa do AVC, como a presença de placas ateroscleróticas intracranicanas ou carotídeas, vasculites, dissecção arterial e outras causas de estreitamento arterial intracraniano” explica Dr. Mateus.
A médica neurologista e coordenadora do Protocolo de AVC do Hospital Unimed Chapecó, Dra. Cristiane Camargo, ressalta a referência da instituição no tratamento dos casos de AVC, sendo integrante do Programa Angels, uma iniciativa internacional que capacita os hospitais a oferecer o melhor atendimento aos pacientes nesses casos. “No Hospital Unimed Chapecó, se indicado, o paciente já inicia com medicamento alteplase na sala da tomografia, pois o tempo faz toda a diferença na recuperação.
IDENTIFIQUE O AVC
S: sorria (para avaliar desvio da boca).
A: abrace (para avaliar a força do braço).
M: música (para avaliar a fala e a dificuldade na mesma).
U: urgência (em caso de urgência de AVC ligar para o 192 ou SOS Unimed – para clientes do plano de saúde).
Jornalismo Rádio Efapi com informações da Unimed.