Por: Licério Oliveira
Chega mais uma eleição e nós, passivamente, passamos a ouvir os candidatos, principalmente a Prefeito e Vice, apresentarem suas propostas. Quando deveria ser ao contrário.
Diante da realidade do nosso cotidiano sabemos ‘onde aperta o sapato’. Os candidatos na maioria das vezes conversam com apoiadores e patrocinadores e fazem um arranjo de proposições para montar suas estratégias eleitorais. Neste caso, sempre se apresenta alguma proposta para chamar a atenção do eleitor e gerar nele uma imaginação sobre ‘como vai ficar a obra depois de pronta’.
Nessa lógica o candidato já conquistou a maioria do seu eleitorado, através do sonho, ou da ilusão, mas principalmente do emocional. Grande parte do eleitor gosta disso! Enquanto outra parte rejeita isso tudo, porque está cansada, detesta demagogia, proposta milagrosa, sujeito gavola e promessa mirabolante.
Por outro lado se a agente, sem poder econômico e força política, apresentar algumas propostas ou questionar os candidatos com base em dados e informações, como tenho feito no Espaço Aberto Entrevistas, Eleições 2020, aqui na Rádio Efapi, eles dão um jeito de, inverter a lógica e apresentar o que eles querem. Há exceções, é claro!
Sou da opinião que nessas horas nós é que devemos apresentar as nossas demandas, dizer o que desejamos e selecionar os candidatos por competência, política, administrativa, experiência, ou seja lá o que for, para daí sim, encontrar aquele ou aqueles que vão para a final disputar a nossa preferência. Mas a ideologia, a questão partidária, e os interesses privados poderosos, são os que de fato empurram o eleitor para um ou dois candidatos.
Ao invés de nós escolhermos os candidatos, a partir da nossa realidade, a estratégia eleitoral e o sistema político é que diz para nós quem devemos escolher. Ou seja, ao invés do empregador (o povo) escolher o empregado (político) é o sistema controlado pelos políticos que diz para nós qual é a resposta da pergunta. E a gente cai na deles. E ponto!