Por: Bia Piva/Diário do Iguaçu
Foram oito meses de investigações e diligências para apurar os responsáveis pelo assalto milionário registrado em uma empresa em Chapecó, crime registrado na noite de 24 de fevereiro deste ano, quando os bandidos armados invadiram a empresa, onde ficaram por mais de oito horas elevaram pneus, aparelhos de refrigeração e outros objetos com valores estimados em mais de R$ 2 milhões.
Na manhã desta segunda-feira (14), o delegado Elder Arruda Chaves, da Delegacia de Roubos e Furtos de Chapecó (DRF), e o delegado regional Ricardo Casagrande, falaram sobre os resultados parciais da investigação que já resultou na recuperação de sete aparelhos de refrigeração levados da empresa – de um total de 15 – cada um avaliado em R$ 140 mil. Também da identificação de cinco envolvidos no crime, dois deles já presos.
Aparelhos recuperados
Chaves destacou que no mês de julho, uma ação da DRF de Chapecó com apoio da Delegacia de Polícia Civil de Concórdia, recuperou cinco aparelhos refrigeradores em caminhões de uma empresa de transportes daquela cidade.
O proprietário da empresa disse aos policiais que havia comprado seis aparelhos e informou que teria pago R$ 250 mil à vista e daria os outros R$ 250 mil um mês depois. “Mas não colaborou com as investigações e não repassou as características dos suspeitos que em tese repassaram os aparelhos”, comentou o delegado. O sexto aparelho comprado pela empresa, que foi o primeiro a ser apreendido, foi localizado pela Receita Federal, após denúncias.
No dia 2 de outubro, em outra ação da DRF com apoio da Divisão de Investigação Criminal (DICFron) de Concórdia, a polícia localizou o sétimo aparelho de refrigeração, este localizado dentro de um caminhão abordado na BR-153 em Concórdia e que pertence a uma empresa da cidade de Marau (RS). “O responsável pela empresa será intimado para passar detalhes em relação a isso”, reforçou.
“Alguns suspeitos já eram procurados e investigados também pela DEIC, são suspeitos que constantemente praticam essa ação criminal, mas sempre financiados por alguém. Estes objetos já tinham destinatários específicos. A gente ainda precisa verificar quando chegaram os aparelhos, quando foram utilizados. Já temos algumas destas informações, mas são uma parte sigilosa da investigação”, comentou Chaves.
Conforme a Polícia Civil, um dos investigados – que abordou o vigia e porteiro, também atuando como motorista de uma das carretas usadas no transporte dos equipamentos – é da cidade de Coronel Freitas. Ele tem um histórico criminal extenso, principalmente nos crimes de roubo de cargas, e já foi preso no Paraná, também em Joinville, Xanxerê e Balneário Camboriú. Segundo a polícia, ele tem cinco identidades falsas de vários estados, entre eles São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
O outro suspeito preso teria sido responsável por trazer o primeiro suspeito até Chapecó e conduzir os outros membros da organização criminosa até a empresa, também servindo como batedor, usando o próprio veículo para acompanhar as carretas carregas de bens subtraídos, até o litoral.
Receptação dos aparelhos
Elder comenta que a investigação ainda segue em andamento e vai apurar a participação dos empresários proprietários das empresas onde os equipamentos foram localizados, se foram receptadores dos equipamentos, ou se algum deles teve envolvimento no financiamento do crime. “Precisamos apurar toda essa situação com detalhes”, disse.