Cadê o Nono Ano da EFAPI?!


Nesta semana, iniciam-se as atividades letivas na rede municipal de Chapecó, e nenhum estabelecimento de ensino do bairro EFAPI disponibilizou vagas para o 9º ano, deixando aproximadamente 600 famílias desamparadas e sem saber se conseguirão manter suas crianças na escola.

A Escola Estadual Tancredo Neves abriu novas turmas para o 9º ano (anteriormente, concentrava-se apenas no Ensino Médio). Contudo, mesmo com a alta demanda, a oferta revelou-se insuficiente. A maioria dos alunos teve que buscar oportunidades no Centro. As famílias serão responsáveis pelos custos diários relacionados à educação de seus filhos, ou seja, terão que bancar o transporte um custo elevado no orçamento que poderá acarretar em deserção escolar.

A crise educacional no Efapi já é uma preocupação há uma década, com cidadãos e representantes legislativos expondo e solicitando a criação de novas escolas na localidade. A última construção realizada foi a EBM Herbert de Souza, em 2003. E que não atende a demanda exigida.

Independentemente de haver intenções de privatizar ou estadualizar o Ensino Fundamental II, é evidente que a Prefeitura de Chapecó não está cumprindo uma de suas responsabilidades fundamentais: fornecer oportunidades educacionais para os alunos em sua comunidade, dentro de um raio de até 2 km de suas residências, conforme estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente. Bem como o direito fundamental garantido na Constituição à Educação.

O Efapi é o maior e mais populoso bairro de Chapecó, apresentando crescimento demográfico contínuo. Atualmente, todas as instituições de ensino no bairro estão superlotadas, e a perspectiva é de que a demanda continue aumentando, enquanto a oferta diminui, com a administração municipal e a Secretaria da Educação ignorando as reivindicações da comunidade de forma sistemática.

Importante destacar que já iniciaram as aulas e ainda temos pais buscando vagas para seus filhos para o nono ano porque ainda não conseguiram vagas, e o poder público simplesmente “lavou as mãos”, jogando a responsabilidade nas costas dos mesmos. Lembrando que o mesmo poder público investiu volumes enormes de recurso, já denunciado na Câmara de Vereadores, na ordem de 19 milhões para comprar livros didáticos de uma editora de Curitiba, sendo que o Governo Federal, através do programa nacional do livro didático – PNLD, fornece gratuitamente para todas as escolas e disciplinas os livros a serem trabalhados em sala de aula. Se esse valor fosse aplicado em salas de aulas, aqui na EFAPI, com certeza minimizaria muito o problema, já que ele tende a aumentar a cada dia em vista do crescimento dos Loteamentos

A comunidade do Bairro EFAPI merece mais atenção, e os pais uma solução breve para que não tenham crianças perdendo ano letivo.