Estudo projeta 1,7 mil casos de Covid-19 na próxima semana em Chapecó

Foto: PMC/Divulgação

Com 220 mil habitantes, Chapecó ultrapassou Florianópolis no número de casos confirmados do novo coronavírus no sábado (16). São 480 diagnósticos positivos no município, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde.

Rede CoVida – Foto: Reprodução/ND

O número, no entanto, é inferior aos dados divulgados neste domingo (17), pela Secretaria Municipal de Saúde, que já contabiliza 540 pacientes infectados pelo vírus em Chapecó. 

Se mantida as atuais condições do município, segundo estudo do projeto Rede CoVida, Chapecó poderá contabilizar mais de 1,7 mil casos de coronavírus até o dia 26 de maio, ou seja, em nove dias. 

A plataforma faz a projeção de casos conforme as atualizações de dados do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais. Com isso, a projeção para a próxima semana seria de 1.759 pessoas infectadas no município.

Ainda conforme  a projeção da Rede CoVida, até o próximo domingo (24), 1.395 pessoas estariam infectadas pelo vírus em Chapecó, se seguir o ritmo de confirmações de casos. 

O estudo é feito pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz) da Bahia e pela UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Situação atual em Chapecó – Foto: Reprodução/ND

Índice no município 

Nos últimos 30 dias, Chapecó teve um aumento de 6.271% na quantidade de casos registrados. Eram sete no dia 16 de maio segundo o boletim divulgado pelo governo estadual. O primeiro caso foi registrado em 20 de março, com elevação considerável a partir de 24 de abril.

Uma tabela divulgada na última semana mostra que o maior número de pacientes infectados está no bairro Efapi, o maior do município. Apesar do número expressivo de casos, não há mortes confirmadas ou suspeita da doença.

De acordo com dados do município, a maioria dos infectados são homens.

Dados de Chapecó – Foto: Ascom/ND

Medidas 

A Secretaria Estadual de Saúde informou o município, ainda no dia 8 de maio, sobre o aumento de 159,3% do número de casos confirmados na região Oeste, que abrange 78 municípios.

Com isso, recomendou reforço da prevenção em todos municípios do Oeste e o fechamento do comércio não essencial em Chapecó por 14 dias. Apesar disso, o Prefeito de Chapecó, Luciano Buligon (PSL), comunicou que não atenderia às indicações do Estado. 

O prefeito anunciou, no entanto, que seria intensificado a fiscalização na cidade. “Vamos, sim, apertar ainda mais a fiscalização, fechar os estabelecimentos não essenciais que descumprirem qualquer medida”, disse Buligon.

Diversas medidas foram anunciadas para evitar aglomeração de pessoas e o contágio entre elas, a exemplo da obrigatoriedade de utilização das máscaras, o fechamento de espaços públicos como parques e praças e o aumento da fiscalização quanto ao descumprimento das medidas. Medidores de temperaturas se tornaram obrigatórios na entrada de mercados. 

Buligon afirmou que o cenário de tomada de decisões será avaliado a partir de três critérios: número de pessoas contaminadas, número de óbitos e índice de ocupação dos leitos hospitalares. Este é o mais importante para identificar um agravamento dos casos e uma possibilidade, futura, de colapso do sistema de saúde.

  • – Se houver 50% de ocupação de leitos hospitalares destinados ao COVID-19 e, ao mesmo tempo, a curva de casos e de óbitos for ascendente, será determinado o fechamento de bares e similares e, outras atividades de lazer que por ventura estejam em funcionamento.
  • – Se houver 60% de ocupação de leitos hospitalares destinados ao COVID-19 e, ao mesmo tempo, a curva de casos e de óbitos for ascendente, será determinado o fechamento de todos os serviços não essenciais.
  • – Se houver 80% de ocupação de leitos hospitalares destinados ao COVID-19 e, ao mesmo tempo, a curva de casos e de óbitos for ascendente, será determinado lockdown. Fechamento geral do município.

O município possui Plano Estratégico Hospitalar para atuação no combate ao Coronavírus com a possibilidade de se alcançar até 71 leitos de UTI no Hospital Regional do Oeste, além dos leitos disponíveis no Hospital da Unimed.

Jornalismo Rádio Efapi com informações do ND Mais.